Esta foi a etapa mais longa do nosso Caminho. Como já mencionamos o objectivo era chegar ao albergue de Teo mas acabamos por terminar a etapa em A Picaraña, depois de 26,6 km de caminhada.
Entre Caldas de Reis e Casal de Eirigo
Votos de Boa Viagem em várias línguas numa janela de uma escola primária perto de O Pino
O nevoeiro dá ao Caminho um aura ainda mais misteriosa
O dia acordou cinzento e a prometer chuva, mas acabou por não passar de um pequeno borraço matutino que nem justificou vestirmos as capas. Entre Caldas de Reis e Pontecessures o Caminho é muito bonito, atravessando bosques, campos de cultivo e pequenas terreolas. Neste troço do Caminho o maior destaque vai para o Monte Albor, cujos trilhos parecem sair de um conto de fadas.
Monte Albor
Chegados aos arredores de Pontecesures o cenário rural dá lugar ao cenário urbano, que é sempre mais desanimador para o peregrino. Para quem já vai cansaço e já não se sentir com forças para percorrer os últimos 5 kms que separam Pontecesures de Padrón, temos uma boa notícia: é que em Janeiro abriu nesta localidade um albergue de peregrinos, que para além de ter excelentes condições e sempre muitos lugares vagos, recebe os peregrinos com verdadeiro espirito jacobeu. Visitamos o espaço e seguimos Caminho até Padrón, nos arredores da qual almoçamos.
Arredores de Pontecesures, próximo do bairro de Infesta
Igreja de San Julián em Pontecesures
Saída de Pontecesures, atravessando a ponte sobre o Rio Ulla. A partir daqui estamos no município de A Coruña
A cidade, internacionalmente conhecida pelos seus saborosos pimentos, é, uma das cidades mais importantes no que à tradição jacobea diz respeito. A razão para tal é fácil de entender: é que segundo a lenda, foi aqui o local em que aportou a barca que transportou os restos mortais do Apóstolo Santiago desde Jaffa, no Médio Oriente (onde foi decapitado), até à Península Ibérica no longínquo ano de 44. A pedra – ou padrão – a que foi presa a barca está presentemente colocada por baixo do Altar da Igreja de Santiago de Padrón. Infelizmente a igreja estava fechada (hora da “siesta”) e como tal a visita ao seu interior teve de ficar para uma futura passagem por Padrón.
Rio Sar – pon onde navegou a barca que trouxe os restos mortais do Apóstolo Santiago
Igreja de Santiago de Padrón
Em Padrón vale também a pena visitar o Convento del Carmen, que fica mesmo ao lado do albergue de peregrinos, e passear pelo simpático jardim nas margens do rio Sar, que conta com um monumento em homenagem do nobel da literatura Camilo José Cela e outro em homenagem à
escritora Rosalía de Castro.
Fonte e Convento del Carmen, junto ao qual fica situado o Albergue de Peregrinos de Padrón
Estátua de Camilo José Cela
Estátua de Rosalía de Castro
A maior parte dos peregrinos termina aqui a etapa, mas nos seguimos “adelante” na tentativa de chegar a Teo, que ficava a pouco mais de 10 kms. Esperava-nos o troço mais difícil e castigador da nossa peregrinação até porque aliado ao cansaço da jornada, tivemos quase sempre o alcatrão e a movimentada estrada N-550 como companhia.
Colegiata de Santa María de Adina em Irena Flavia à saída de Padrón – no cemitério adjacente está sepultado o nobel Camilo José Cela
Entre Padrón e Esclavitude – o alcatrão é quase sempre uma constante, com alguns oásis de terra batida
Santuário em Esclavitude – conta a lenda que a sua construção foi motivada pela doação de um lavrador que quando peregrinava a Santiago bebeu da fonte adjacente ao agora santuário e viu curadas todas as suas maleitas.
Desvio do Caminho motivado pelas obras
A caminho de Picaraña
Como se não chegasse, o Caminho tinha sido temporariamente desviado devido a obras algures entre a igreja de Santa Maria das Cruzes e Angueira de Suso, o que nos obrigou a somar mais algumas centenas de metros às já cansadas pernas e nos deitou um bocado a moral abaixo. Por tudo isso tomamos a decisão de pernoitar numa pensão em Picaraña, que surgiu mesmo na hora certa, deixando os quilómetros que nos faltavam para chegar a Teo, para o dia seguinte.
Etapa anterior: De Pontevedra a Caldas de Reis
Etapa seguinte: De Picaraña a Santiago de Compostela
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Grande etapa esta!!!
E o grande espírito peregrino continua a evidenciar-se… Assim como as bonitas e reconfortantes paisagens…!
Olá Clara. É que foi mesmo grande! 🙂 Obrigado pelo teu feedback!
Bjs
O contacto com a natureza foi enorme. Isso é bom 🙂
Caminante no hay camino, se hace camino al andar (el poeta Antonio Machado)
Olá Fábio!
Este caminho torna-se muito belo por causa disso mesmo. E para o peregrino, os troços verdejantes são uma benção 🙂
Abraço
Olá Paco!
É uma bela citãção. Já a conhecíamos e tem a sua grande dose de verdade!
Saludos