Chegados à pequena ponte que dá acesso à povoação de Granja de Alpriate, malgrado o “cantil” quase vazio, arriscamos seguir as indicações do já familiar marco do Caminho de Fátima.
Desconhecendo a distância que nos separava de Alpriate, resolvemos parar à primeira sombra mais jeitosa que nos surgiu para degustar as “entradas” do almoço: chamuças à moda do Sr. Rui, um vizinho e amigo de longa data que orgulhosamente insiste em nos dar a conhecer as cozinhas goesa e moçambicana, hobby que domina com arte e profundo conhecimento pelos longos anos vividos em Goa e Moçambique. Mas adiante, nova investida nos passos que nos separavam duma refeição que acalentasse o estômago. Assim foi, com uns belos “jaquinzinhos” fritos e arroz de pimentos na Sociedade Recreativa de Alpriate.
Reabastecidos de muita água e algum descanso, seguimos o nosso Caminho. Saindo de Alpriate, avista-se Vialonga a uns escassos 20 minutos de caminhada. No entanto, as indicações apontam para caminho de terra batida que dá acesso a hortas ladeando a A1 até atingirmos o túnel sob a auto-estrada que nos coloca na rota da EN10.
É a profunda mutação de cenário: betão, alcatrão, carros e anúncios! Apanhamos um choque quando vimos que um dos marcos era agora um pilar da vedação de um stand de carros. Infelizmente, desde a entrada do Forte da Casa até Vila Franca de Xira, não há outra solução a não ser seguir pela EN10. Aqui o percurso torna-se mais complicado e potencialmente perigoso: a segurança do peregrino é posta constantemente à prova, tanto pelas razias tangenciais que os inúmeros veículos fazem aos peões devido à falta de bermas, como por estes se verem obrigados a atravessar estradas a passo de corrida dada a falta de condições de travessia segura. A atenção tem que ser redobrada, olhos bem abertos e pé ligeiro. Mais desagradável ainda, o ruído é ensurdecedor, privando o peregrino de ouvir os seus próprios pensamentos uma vez que todo o ambiente circundante é incompatível com a reflexão.
Às portas de Alverca encontramos a nossa companheira de viagem. Timidamente abordou-nos questionando se íamos para Fátima e se nos podia acompanhar. Perante resposta positiva, colocou uma pesada e desajeitada mochila às costas que insistia em lhe dificultar o, já de si, árduo percurso. Incansável, esta mulher de coragem não deu uma única mostra de desânimo aguentando sempre a passada destes dois gaiatos. Movida pela promessa feita, pela sua notória força interior e uma grande fé na Mãe do Céu, a Dona Maria da Luz conquistou presença na nossa vida pelo exemplo dado.
Rápida pausa em Alhandra, após uma incorrecta leitura da direcção a seguir, onde todos aproveitamos para aliviar os pés que desde Alverca vinham já revelando os primeiros sinais de desgaste, e que levam muitos a temer encetar uma peregrinação.
Avistar a praça de touros de Vila Franca de Xira foi um consolo, pois estava eminente um descanso prolongado já muito ansiado. Foi por mero acaso que demos por um discreto marco do Caminho de Fátima, já que tivemos que esperar que a cancela da ferrovia se abrisse para seguirmos pela estrada que dá acesso ao Jardim Constantino Palha, meta final deste primeiro dia de caminhada.
Rasga-se um sorriso nos lábios, pela chegada ao destino desejado e pela vista de fim de dia que o Tejo nos oferece. Agradece-se bem alto no pensamento à Mãe por nos ter ajudado a chegar ali vivos.
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Anterior: 1ª Etapa Caminho de Fátima: Parque das Nações – Vila Franca de Xira (I)
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Temos um país muito lindo mesmo!
Abraço
Muito me apraz ver todas esta localidades neste blog, eu sei, sou suspeita, sou dos arredores de Lisboa e Alverca, VFX Carregado, entre outras, fazem parte de todo o meu quatidiano. O mais bonito de facto…. as linda lezirias do tejo.
Serei de todo uma fã e seguidora do vosso blog, isto porque tambem sou uma amante de viagens e de tudo que esteja relacionado com o mesmo.
Obrigado.
Olá Pegadas na Areia. É com imenso gosto que a temos como leitora assidua, partilhando, assim, a nossa paixão pelas viagens. As lezirias do Tejo são no minimo lindas, mas também somos suspeitos, visto que temos fortes raizes Ribatejanas 🙂
Obrigado pela partilha.
Not the views that you expect to see on a religious or spiritual pilgrimage – a car dealer 🙂 It would seem that the caminho de Fátima is not free from surprises and risks, but you persevered a quite a little longer, I hear.
🙂
Hola Aledys. It was really shocking. But it is part of the Way. We can't evoid it.
Besos