De Monsanto a Covão do Coelho

A quinta etapa veio a revelar-se o dia das provações. Apesar das previsões meteorológicas prometerem um dia sem chuva, o céu negro prometia precisamente o contrário.

Tristes pelo final do dia anterior em Monsanto ainda consideramos seguir pelo caminho alternativo que liga Alcanena a Minde em vez de regressarmos a Monsanto e atravessar a Serra de Santo António que separa o Covão do Feto de Minde.

Contudo decidimos que não seria o episódio do dia anterior que nos desviaria do percurso traçado. Afinal de contas as “pedras” fazem parte do caminho. Visto isso, apanhamos um táxi para Monsanto e aí iniciamos, por volta das 8.30h, a quinta e última etapa do Caminho do Tejo, que havia de nos levar ao Santuário de Fátima.

Igreja de Monsanto

Atravessamos o que nos faltava de Monsanto, passando junto à igreja da localidade, e prosseguimos caminho subindo pela estrada alcatroada que liga Monsanto ao Covão do Feto (passando ao largo dos Casais da Moreta).

A caminho do Covão do Feto – a serra já assustava

Entrada em Covão do Feto

Em Covão do Feto esperava-nos uma das subidas mais íngremes do caminho. É sempre a subir até chegarmos à Serra de Santo António. Mas aí sim, estava a verdadeira provação.

Aqui o caminho atravessa a Serra, por “caminhos de cabras”. Quem segue de bicicleta ou a cavalo tem mesmo de tomar o caminho alternativo que rodeia o cume da serra via Bajouco.

Início do caminho que atravessa a Serra de Santo António

Como estávamos a pé e não queríamos fazer quilómetros extras avançamos pelo meio da Serra apesar da chuva, que precisamente nesse momento começou a cair, e da pouca visibilidade criada pela mesma. Caminhamos pelo meio das pedras e dos arbustos, rodeando pequenas propriedades onde algumas vacas pastavam, abrandando apenas para tirar algumas fotografias.

Quase a chegar ao cume

Chegamos ao cume da serra já bem molhadinhos e fomos desembocar num parque de merendas que fica mesmo na borda da estrada. Os pés e as pernas pediam descanso e a barriga pedia comida, mas a chuva não parava e como tal avançamos serra abaixo até Minde.

Início da descida para minde – apenas para quem segue a pé

Entrada em Minde pelo bosque

Uma vez chegados a Minde seguimos as setas até à sua igreja onde nos abrigamos. Aproveitamos a pausa para comer, trocar de meias e vestir os ponchos, pois os casacos impermeáveis e as mochilas já estavam a dar de si.

Igreja de Minde

Foi também altura de verificar as bolhas que para nossa surpresa não pioraram sendo que até melhoraram. Apenas uma continuava a chatear e havia de ser ela a única a chegar ao Santuário.

Igreja de Minde

Foi sem dúvida alguma o troço mais difícil de todo o Caminho. Mas apesar da dificuldade da subida e descida da serra, debaixo de chuva, hoje não a trocaríamos por nada. Apesar de ainda faltar cerca de 17 kms, e da chuva não querer dar tréguas, sentimos na igreja de Minde, que iriamos conseguir chegar a Fátima.

Caminho entre Minde e Covão do Coelho

Foi portanto com ânimo que atravessamos Minde e subimos até ao Covão do Coelho, onde paramos para um merecido almoço no restaurante Cantinho dos Charutos.

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