Caminho Português: de Picaraña a Santiago de Compostela

 

Depois da estirada do dia anterior, acordámos com a expectativa de quem está prestes a atingir a meta ansiada. Nesse mesmo dia, as nossas “pégadas” ficariam gravadas nas pedras das ruas de Santiago de Compostela, juntando-se às de milhares de peregrinos.

Saímos de Picaraña pela N550 a qual se abandona pela esquerda em direcção ao lugar de Faramello. Umas centenas de metros à frente, onde o caminho segue pela esquerda, vimos a placa do albergue de Teo que dista uns 150m do itinerário do Caminho. Era aqui que queríamos chegar no dia anterior, mas as forças já eram poucas.

Seguimos, olhando para o marco “12,901 km”. Na verdade, ainda faltava um pouquinho mais do que isso, e nós sabíamos. Sabíamos também que a partir daqui a etapa endurecia com algumas subidas.

A primeira surgiu logo neste curto trecho até ao lugar de Rúa de Francos onde encontramos a ermida de São Martinho e, provavelmente, um dos cruzeiros mais antigos de toda a Galiza. Belo e singelo. Vários registos indicam ter sido esta a “última morada” de crianças por batizar.

O Caminho desce pelo centro da aldeia… para logo a seguir nos levar a uma estrada asfaltada sempre a subir! Os falsos-planos aliviavam um pouco o esforço sobre as pernas, mas de vez em quando elas lembravam-nos que não tinham tido o descanso suficiente depois da investida do dia anterior.

Aos poucos, vamos encurtando a distância de Santiago de Compostela, por entre sendas bordejadas de árvores verdejantes e pequenos trechos asfaltados, passando por diversos povoados: Casalonga, Riotinto, Pedreira, Lamela e Areyra, A Grela… São o sinal de que nos estamos a aproximar.

A entrada em Milladoiro faz-se pela estrada duma área claramente urbana. Tínhamos escolhido fazer aqui a nossa primeira pausa para repor as forças necessárias para percorrer os 6km (na verdade, 8km) que ainda tínhamos pela frente. E assim fizemos ao chegarmos ao café do clube desportivo.

Retomámos o Caminho pela rúa do Esquío, passando ao lado duma central eléctrica, que nos conduz a Agro dos Monteiros, o Monte do Gozo do Caminho Português.

O desnível de quase 200m desde Teo, afinal traz consigo a recompensa do primeiro vislumbre da cidade e das torres da catedral. Anima-se o espírito, porque afinal já estamos ali tão perto! Já só faltam 6,5km!

Pelos caminhos asfaltados ou trilhos de terra batida entramos na paróquia de Conxo e vamos descendo até Ponte Vella para encontrarmos novamente o Rio Sar. Aqui, uma miríade de setas parece desorientar o peregrino. Nós optamos por seguir pela direita, por uma vereda que nos levou por entre terrenos de cultivo e arvoredo frondoso até Torrente.

Daqui, tomámos a rúa da Benéfica que nos conduz até à Igreja de Santa Maria onde se situa o hospital psiquiátrico.

Entramos na zona urbana de Santiago, e a primeira consequência é “perder-se” com facilidade as setas do caminho, agora escassas. O objectivo é chegar à avenida Juan Carlos I, onde encontramos o refrescante parque da la Alameda, que dá acesso à Porta Faxeira, a porta de entrada no centro histórico de Santiago para quem percorre o Caminho Português.

Seguimos pela movimentada rúa do Franco com as suas lojas de souvenirs, restaurantes e bares. Mas eis que o ruído se desvanece ao entrarmos na praça do Obradoiro, onde inevitavelmente as emoções, as prováveis e as inesperadas, emergem sem pré-aviso. Tiramos a mochila das costas para nela recostarmos a cabeça, enquanto o corpo sente o alívio do esforço empreendido ao deitar-se sobre as pedras. Desconfortável? Não, muito pelo contrário. A recompensa está em erguermos a cabeça para contemplarmos o esplendor da Catedral de Santiago, e tomarmos nas mãos o “troféu” da chegada.

Etapa anterior: De Caldas de Reis a Picaraña
Veja ainda O Melhor de Santiago de Compostela – roteiro de 1 dia


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10 COMENTÁRIOS

  1. Finalmente deram à perna até ao objetivo final.
    Uma boa caminhada por terras Galegas.
    O meu abraço.
    António Resende

  2. Anabela e Alexandre,

    Valeu a pena percorrer todo este Caminho! Santiago de Compostela é uma cidade maravilhosa… Espero ainda uma crónica sobre as vossas impressões desta cidade!!!
    Mas, desde já, muito obrigada por terem partilhado connosco todas estas magníficas vivências!
    Então e qual será a próxima viagem?

    Beijinhos.
    Clara

  3. Obrigado, Fábio! E obrigado por acompanhares!

    Olá António!
    Olha que já não é o primeiro objectivo atingido 🙂 Se leres este post vais descobrir que até foste a "voz" sábia que não esquecemos 🙂 http://cronicasdeumvagamundo.blogspot.pt/2012/04/o-caminho-de-fatima.html
    Abraço

    Olá Clara!
    Valeu a pena todo o Caminho… até porque já andamos a sonhar com o próximo 🙂 Obrigado nós por teres estado desse lado a acompanhar-nos. Sim, ainda vão surgir as nossas impressões sobre a cidade de Santiago 🙂
    Quanto à próxima viagem, vamos dar um pulinho ao Sudeste asiático. Uma mudança de ares 🙂
    Beijinhos

  4. Perfeito este roteiro, não foi???e tanta história ligada à nossa história…terras do NORTE…E TANTO VERDE…gostei muito e não resisti a partilhar no meu blog, Uma honra hem???Loll…Bjs…as sardinhas estvam boas? Ai oh meu rico Sto. António…ai….

  5. Olá Lu. É que foi mesmo! Foi um Caminho lindo e cheio de significado. Obrigado por partilhares no teu blog 🙂 Ficamos muito contentes.
    Bjs

    PS: Sim, as sardinhas estavam excelentes e a noite muito animada, sobretudo em Alfama 🙂

  6. Concita Varella

    Quanta emoção vocês conseguem passar. Como foi bom ler esse post do caminho português e reviver meu camiño de 2010. Gratidão ao lindo casal.

    • Obrigado pelas suas palavras Concita. Ficamos muito felizes por saber que conseguimos transmitir a enorme emoção que é chegar a Santiago. Abraços nossos

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