De Sarria a Portomarín (23km)

714 km percorridos

99km para Santiago

Esta etapa é para muitos peregrinos o seu primeiro dia. Sarria está muito perto dos míticos 100km, a distância mínima necessária para se obter a Compostela. A etapa é bela e dura para qualquer um que partilhe este espaço, quer seja o peregrino estreante quer seja o peregrino calejado. Passamos por mais de uma dúzia de aldeias, sendas empedradas, pistas de terra batida, pontes medievais e carreiros rústicos ladeados pelos já familiares muros vestidos de verde musgo.

A medieval Ponte Áspera sobre o rio Pequeño
– Subidinha rasgada, não? – Não me queres levar ao colo?!
Mais um dia típico de Caminho de Santiago pela montanha-russa que caracteriza a Galiza. Fomos abençoados a meio da manhã com um sol que brilhava intensamente e, a espaços, os frondosos carvalhos e castanheiros ladeando os carreiros proporcionavam uma refrescante sombra.

É impossível ficar-se indiferente ao esplendor das formas, das cores e dos sons da Natureza que nos rodeia; a dificuldade dos trilhos é amenizada pela beleza que nos circunda.

Apesar de sabermos que os números não batiam com a nossa contagem, cruzarmo-nos com o emblemático marco dos 100km deixou-nos um gostinho a conquista. Afinal de contas, tínhamos vindo de tão longe e, muitos dias, fôramos assolados pela dúvida que podia deitar a perder o nosso propósito de chegarmos a Santiago.

A partir de Sarria, surgem centenas de novos peregrinos, na sua maioria espanhóis, que transpiram entusiasmo, ânimo, coragem, expectativa, ansiedade. Muitos vêm em grupos que riem, cantam, e conversam entre si. Afinal, tudo é uma novidade e o primeiro dia é como um passeio.

Para os que procuram no Caminho de Santiago o espaço de silêncio, tranquilidade e paz para reflexão, estes dias serão penosos. Não é fácil compartilhar o Caminho com uma “multidão”. Estes novos parceiros do Caminho, engrossam as fileiras daqueles que muito atrás começaram a sua peregrinação, todos com motivações muito próprias. Somos agora centenas a partilhar o Caminho, com espíritos, às vezes, muito diferentes.

Pelegrín, a mascote do ano santo Jacobeo 93

Nós tínhamos (temos) o Amor que nos une como grande impulsionador dos nossos passos.

A descida “assassina”… E Portomarín já ali tão perto! O suplício está quase a acabar!

Aldeia após aldeia, acercávamo-nos do destino da etapa, Portomarím. Não sem antes termos que enfrentar a descida abrupta até ao rio Minho, numa pista de gravilha solta em que, literalmente, andámos de lado depois dumas escorregadelas valentes. Gracejámos: esta devia ser classificada de “serial killer” para joelhos e calcanhares.

A maravilhosa vista sobre o rio Minho com Portomarín a bordar a colina… Colina???
(clicar na imagem para aumentar)
– Não podiam ter posto aqui um elevador?! – Vai ter que ser de gatas!

A aldeia original de Portomarín está agora debaixo das águas do rio Minho. É o que acontece às aldeias ribeirinhas que vêm as barragens ameaçar a sua existência. Num esforço louvável da população, a igreja matriz foi desmantelada e transportada, pedra a pedra, para o coração da nova aldeia. Gostámos da aldeia, e à tarde resolvemos andar um pouco pelas suas ruas, arcadas e praças.

A igreja românica de Portomarín, transladada pedra a pedra

 

Neste dia marcante baixávamos da marca dos 100km. Todos os dias estávamos mais perto de Santiago e isso dava-nos coragem. Apesar de, à primeira vista, parecer que fazíamos parte duma excursão, tivemos um dia muito sereno. Foi só aplicar as grandes lições de tolerância que o Caminho nos tinha dado e saber respeitar aqueles que andam lado a lado. Afinal, não é assim também na vida?

Etapa Anterior: De Fillobal a Sarria
Etapa Seguinte: De Portomarín a Palas de Rei


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4 COMENTÁRIOS

  1. Mais uma etapa superada com muito amor!
    E já faltam menos de 100 km???
    Ui, e como vai ser depois? Já começo a sentir saudades…

  2. Olá Clara!
    Sim, estamos lá quase. Depois? Depois vamos trilhar outros caminhos 🙂
    beijinhos

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