Viajar custa dinheiro, isso ninguém o pode negar. O que muitos não acreditam é que é possível fazê-lo sem rebentar a conta bancária. Neste artigo vamos partilhar algumas dicas para poupar dinheiro em viagem, para que também vocês possam fazer grandes viagens com um orçamento pequeno.
Escolher um destino com baixo custo de vida ou conseguir comprar um voo barato para o destino em causa é, indubitavelmente, o primeiro passo para tornar a viagem mais económica, mas as possibilidades de poupança não se esgotam por aí. Muito pelo contrário.
Na maioria das vezes é durante a viagem que se estoira a conta bancária. Isso é sobretudo verdade em viagens mais prolongadas, onde o custo do voo passa a ter um peso relativamente menor no orçamento.
Definir um orçamento diário para a viagem é sem dúvida crucial, mas não basta. As derrapagens orçamentais são muito comuns e são muitos os viajantes que acabam por gastar muito mais do que o que haviam projetado.
O segredo para poupar dinheiro em viagem passa, acima de tudo, por alterar alguns hábitos que temos como viajantes, o que implica sempre fazer alguns sacrifícios (trade-offs). Nós ao longo dos anos temos vindo a mudar muito os nossos hábitos e isso tem-se refletido em custos diários de viagem progressivamente mais baixos, independentemente do destino.
Já há muitos anos que o nosso orçamento não só não sofre qualquer derrapagem como, regra geral, acabamos sempre por gastar significativamente menos do que havíamos antecipado.
Se seguirem algumas das nossas dicas e conseguirem ser disciplinados, vão ver que as vossas viagens vão sair centenas (ou mesmo milhares) de euros mais baratas.
Dicas para poupar dinheiro em viagem
Alojamento
Os custos
Mas se abdicar de alguns luxos, oferecidos pela maioria dos hotéis convencionais, (luxos esses que muitas vezes nem usufrui pois passa o dia fora a conhecer as cidades), é possível poupar ainda mais. Se combinar soluções alternativas de alojamento com as reservas online/negociação direta com os proprietários vai seguramente poupar dinheiro em viagem.
- Couchsurfing: esta parece ser a solução mais lógica para se poupar dinheiro com o alojamento. Recorrendo ao Couchsurfing, ou similar, consegue-se reduzir por inteiro as despesas com a pernoita. Contudo nem sempre é possível recorrer ao Couchsurfing, seja porque não há oferta no local que pretendem, seja por questões de segurança ou porque pura e simplesmente não faz o vosso género. Nós já utilizamos esta solução de alojamento várias vezes, sem qualquer tipo de incidentes, mas está longe de ser a solução que mais utilizamos.
- Hostels e Alojamento Local: recorrer a hostels ou a serviços de alojamento local, é uma excelente alternativa aos tradicionais hotéis. As diárias são, na maioria das vezes, significativamente mais baixas que as cobradas pelos hotéis e como tal consegue-se poupar dezenas de euros diariamente e ainda assim manter padrões de conforto muito aceitáveis. No nosso caso, procuramos a solução mais económica entre dormitórios e quarto duplo ou twin, normalmente com casa de banho partilhada. Com uma pesquisa bem feita, muitas vezes descobrimos que um quarto duplo ou twin fica praticamente ao mesmo preço que duas camas em dormitório. Então a nossa decisão pende para o quarto, pois como casal prezamos a nossa privacidade, algo de todo impossível de ter em dormitórios.
Independentemente da solução de alojamento que escolherem, há sempre uma regra de ouro para poupar dinheiro em viagem que procuramos sempre seguir: a boa localização do alojamento.
Um alojamento muito distante dos locais que queremos visitar pode fazer-nos gastar imenso tempo e dinheiro com transportes. Para mais, nós adoramos explorar as cidades a pé. Muitas das vezes os viajantes optam por ficar em alojamentos muito afastados dos centros das cidades por serem mais baratos e acabam por gastar mais dinheiro em transportes do que se ficassem no centro da cidade. Façam bem as contas antes de decidirem!
Alimentação
Poupar dinheiro em viagem e poupar dinheiro com alimentação são quase sinónimos. É certo que degustar a gastronomia local faz parte da experiência da viagem, mas não é preciso fazer todas as refeições em restaurantes para se ter essa experiência. Aqui ficam algumas dicas para continuarem a disfrutar à mesa e pouparem centenas de euros no processo.
- Evitar comer nas áreas turísticas – comer num restaurante nas zonas mais turísticas é o mesmo que pedir para pagar mais pelo mesmo ou, no pior dos cenários, até por menos. Por vezes basta andar um par de quarteirões para encontrar um restaurante local que serve deliciosas refeições a metade do custo. Para escolher basta ver se tem muita clientela local. Se tem é porque é bom. Afinal de contas eles conhecem melhor a cidade e a gastronomia local do que qualquer um de nós.
- Comida de rua (street food) – regra geral comer comida de rua é muito mais barato do que comer num restaurante, mesmo que seja um pequeno tasco local. Naturalmente que os padrões de higiene nunca são os mesmos, e como tal há sempre alguns riscos para a saúde (sobretudo em países com condições sanitárias deficientes). Mas, mais uma vez, se seguirem os locais vão bem encaminhados e podem não só poupar dinheiro, mas ter também uma experiência gastronómica única e memorável.
- Menus de almoço – quando decidirem ir a um restaurante mais fancy, optem pela hora de almoço. Regra geral, os restaurantes têm um menu de almoço mais económico o que permite degustar umas iguarias a metade do preço. Reservem os jantares em bons restaurantes para aqueles momentos mesmo especiais. Vão ver que até vão ser mais memoráveis!
- Cozinhar – Ah pois é! Nada como meter as mãos na massa para se poupar dinheiro em viagem. Quando estão em casa não vão comer sempre fora, pois não? Procurem ficar em hostels ou alojamentos locais com acesso a cozinha e vão até ao supermercado para comprar umas iguarias para o jantar. Nós adoramos esta solução e muitas das vezes acabamos por fazer um jantar comunitário com outros viajantes. Aí junta-se o útil ao agradável! Para os almoços uma solução que adotamos frequentemente é fazer um picnic. Preparam-se umas sandes e afins e encontra-se um local com uma vista soberba. O nosso “restaurante” até pode perder na ementa, mas tem a melhor vista de todos!
Transportes
Se quer poupar dinheiro em viagem é imperativo recorrer aos transportes públicos. Nós só recorremos a transportes privados (como táxis e tours) quando não existe de todo oferta de transportes públicos. Visitar o Salar do Uyuni, percorrer os Parques Nacionais norte-americanos, ou explorar a Capadócia são disso exemplo. Nestes casos ou se consegue bolear ou então é preciso recorrer a tours locais ou alugar um carro. A título exemplificativo, no caso do Uyuni optamos por fazer um tour de três dias, nos Parques Nacionais norte-americanos alugamos um carro para visitar mais de dez parques, e na Capadócia andamos à boleia durante uma semana.
Havendo transportes públicos disponíveis é imperativo fazer bem os trabalhos de casa para assim conseguir poupar dinheiro em viagem:
- Informe-se sobre a disponibilidade e respetivos preços de City Cards, passes e cartões pré-pagos de transportes públicos e compare com os preços dos bilhetes individuais. Se vai fazer muitas viagens, pode poupar muito dinheiro.
- Estude bem os horários e as alternativas de transportes de e para os aeroportos, terminais de autocarros e estações de comboios. Recorra a táxis apenas em última instância.
Uma vez chegado ao seu destino não deixe de visitar o posto de turismo local. Nós é a primeira coisa que fazemos quando chegamos a um novo local.
Comunicações
As tarifas de roaming são um dos maiores inimigos para quem quer poupar dinheiro em viagem. Felizmente hoje existem imensas soluções para nos mantermos em contato com familiares e amigos sem ter de rebentar o orçamento.
Basta termos uma ligação de internet e temos disponíveis dezenas de formas de contactar aqueles que ficaram em casa. Nas grandes cidades é usualmente fácil arranjar Wi-Fi gratuito mas pela via das dúvidas escolha um alojamento que tenha uma ligação decente à internet. Mandar uma mensagem pelo whatsapp, facebook ou email é canja, mas fazer uma chamada pelo Skype ou Viber já exige uma ligação de Wi-Fi decente. Dificilmente vai conseguir falar para casa de um McDonald’s ou afins.
Se vai para locais mais isolados, como El Chaltén na Patagónia, o mais certo é não ter internet. Aí o telefone é mesmo a única solução que dispõem para se manter em contacto. Nesses casos, e se vai ficar por lá algum tempo, considere levar consigo um telemóvel desbloqueado e adquirir um cartão sim local. Vai ver que vai poupar uma fortuna!
Comissões Bancárias
As comissões que os bancos cobram por levantamentos e utilização de cartões de crédito no exterior são mais um contratempo para quem quer poupar dinheiro em viagem. Não existe nenhuma fórmula mágica para evitar pagar comissões, mas existem alguns truques para minimizar o valor das mesmas.
- Sempre que levanta dinheiro no estrangeiro o seu banco cobra-lhe um montante fixo e uma comissão percentual. Em relação à comissão percentual nada pode fazer. Mas consegue diminuir a outra diminuindo o número de levantamentos. Por isso informe-se, junto da sua instituição bancária, sobre qual o limite máximo por levantamento no local de destino. Se pode levantar o equivalente a 300 euros num só levantamento não faça três levantamentos de apenas 100 euros.
- Evite pagar compras ou refeições com cartão de crédito no estrangeiro. As comissões são mesmo muito avultadas. A alternativa é recorrer aos levantamentos ou cambiar dinheiro.
Custos com visitas
As entradas nos locais turísticos são mais um revés para quem quer poupar dinheiro em viagem. Quando começamos a viajar, queríamos entrar em tudo que era museu ou monumento e como tal dávamos por nós a gastar imenso dinheiro com entradas e a ficar sem tempo para algo que gostamos mais de fazer: deambular pela cidade, conversar com as pessoas, sentarmo-nos num jardim ou numa praça e simplesmente observar e sentir a alma do local.
Hoje selecionamos bem as atrações que queremos visitar. Até porque depois de visitarmos cinco templos budistas em Banguecoque, ou cinco castelos em Espanha duma assentada só, o sexto pouco mais acrescenta do que o visto na famosa lista do “been there, done that”. E isso já não nos diz nada.
O conselho que damos é o de pagarem para visitar apenas aquilo que acham mesmo imperdível e depois aproveitarem o tempo para explorar os locais longe do circuito turístico. Vão ficar surpreendidos com a quantidade de monumentos, jardins, ruas, miradouros e praças fantásticas que não vos cobram um único cêntimo pela visita. Ah, e correm o risco de se cruzarem com pessoas fantásticas!
Souvenirs
Contas feitas, as fotografias que tiramos e as memórias são de longe os nossos melhores souvenirs. Claro que continuamos a trazer pequenas lembranças das nossas viagens, mais para oferecer do que para nós, mas cortamos imenso na compra dos souvenirs. Por muito gira que seja a miniatura do Taj Mahal a verdade é que o seu destino vai ser ficar a apanhar pó lá em casa. Hoje preferimos investir esse dinheiro em mais um dia de viagem ou simplesmente poupar esse dinheiro para uma futura viagem.
Negociar
Negociar é palavra de ordem para todos os que querem poupar dinheiro em viagem. Nos países ditos ocidentais as oportunidades de regatear preços são reduzidas mas na maioria dos países asiáticos, América Latina e África regatear os preços é uma prática comum.
Regra geral, nesses países os preços apresentados aos turistas são muito inflacionados, pois já é expectável que o estrangeiro negoceie. E a negociação não se restringe a compras nos mercados. Pode, e deve, negociar transportes (táxis, bilhetes de autocarro, etc), tours, alojamento e até mesmo o preço das refeições em restaurantes e afins. Acredite que pode vir a pagar até 1/4 do preço que o vendedor lhe queria cobrar inicialmente, sobretudo na compra de produtos de artesanato.
Ponha os seus dotes de negociação a render e vai ver que em muitas das suas viagens, todos os dias podem ser Black Fridays!
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