Adiámos visitar Chaves com a desculpa da distância e agora que ela nos cativou, só queríamos que estivesse mais perto de nós para desfrutar das suas maravilhas. Lá bem no norte de Portugal, a escassos quilómetros da Espanha, num vale fértil e gracioso em redor do rio Tâmega, esta pérola de Trás-os-Montes andava escondida dos nossos olhos. Apelidam-na de “cidade mais linda de Portugal”. Sabemos que abre espaço para debate, mas o que é indiscutível é que Chaves é bonita, cativante e entrou logo para as nossas favoritas de Portugal. Foi amor à primeira vista!
Conteúdo deste Artigo
- 1 Quando visitar Chaves?
- 2 Como ir?
- 3 Onde ficar a dormir em Chaves? Sugestões de alojamento
- 4 O que visitar em Chaves?
- 4.1 Ponte de Trajano
- 4.2 Rua Direita
- 4.3 Castelo de Chaves e a Torre de menagem
- 4.4 Praça de Camões
- 4.5 Igreja Matriz de Santa Maria Maior
- 4.6 Igreja da Misericórdia
- 4.7 Paços do Concelho
- 4.8 Museu da Região Flaviense
- 4.9 Forte de São Francisco
- 4.10 Zona Ribeirinha
- 4.11 Termas de Chaves
- 4.12 Bairro da Madalena
- 5 Onde comer?
- 6 Onde sair à noite?
- 7 Passeios perto de Chaves
- 8 Chaves: Mapa dos Principais Pontos de Interesse
- 9 Outros artigos de Trás-os-Montes e Alto Douro
Quando visitar Chaves?
A melhor época do ano para visitar Chaves é entre inícios de junho e finais de setembro. Nos extremos desta janela de oportunidade, não se livra de apanhar já alguns pingos de chuva ou uma manhã ou fim de dia mais fresquinhos, portanto, previna-se e leve um casaquinho e quarda-chuva na mala.
Chaves tem um clima mais rigoroso no inverno; novembro e dezembro são os meses chuvosos (mas como o tempo anda meio desalinhado, nós apostávamos que janeiro ainda é muito chuvoso) e o frio instala-se, com temperaturas mínimas a roçar os 0ºC. O verão é curto, morno, seco e de céu quase sem nuvens; o inverno é frio, com precipitação e de céu parcialmente encoberto.
Anote estas datas e eventos no seu calendário de férias para referência futura. Vão dar jeito para quando quiser visitar Chaves.
Festa dos Povos (agosto): 3 dias marcam o regresso de Chaves à Aquae Flaviae de Tito Flávio Vespusiano. A cidade traja a rigor e retrata episódios da azáfama diária dos aquiflavienses, contemplando todo os aspetos do seu quotidiano.
As Festas da Cidade de Chaves ocorrem no feriado municipal, a 8 de julho.
Festival N2 em agosto traz à cidade um cartaz de música portuguesa de todas as vertentes ao Jardim Público de Chaves.
A Feira de Todos os Santos de Chaves (30 e 31 de outubro e feriado de 1 de Novembro) traz à cidade três dias de animação e um mercado com os produtos das colheitas da época.
Como ir?
Sendo Chaves uma das cidades mais a norte de Portugal, todos os GPS lhe vão dizer para entrar pela A24 (Viseu-Chaves).
Onde ficar a dormir em Chaves? Sugestões de alojamento
As águas termais de Chaves impulsionaram a qualidade do alojamento em Chaves, e um dos melhores está no Forte de São Francisco Hotel Chaves. Receberam-nos com grande simpatia e pela excelente relação qualidade-preço recomendamos sem hesitar. A reconversão notável do Convento Franciscano harmoniza a construção moderna com respeito pelos elementos, ambiente e identidade dos edifícios originais. Não só vai ter noites de ilustre descanso (quartos soberbos com alto nível de conforto e requinte), como viver num verdadeiro monumento onde apetece deambular pelos jardins, corredores, salas e claustros onde ainda se sente a reverência monástica a pairar no ar.
De manhã, vai despertar para um pequeno-almoço à boa moda de Chaves, farto, onde não faltam as opções do seu agrado. Connosco, marcou pontos com o seu Pastel de Chaves: foi o que mais agradou o nosso paladar. Os serviços de qualidade do Forte de São Francisco Hotel Chaves incluem ainda salão de jogos, tennis court, restaurante, bar, salão de eventos com piano-bar, e uma piscina exterior com vistas sobre a cidade de Chaves, o Vale do Tâmega e as montanhas em redor. Se viajar com miúdos, eles vão adorar o “santuário” de aves.
O novo conceito ibis Styles instalou-se no histórico Grande Hotel de Chaves: terraço com vista cidade e pequeno-almoço opcional.
O Hotel Premium Chaves – Aquae Flaviae trouxe o conceito das Termas de Chaves – bem estar e saúde – para o seu interior. E uma espantosa infinity pool para o exterior.
Para um tratamento especial de luxo, o Vidago Palace não tem igual. O nome diz tudo.
O que visitar em Chaves?
As três caraterísticas indeléveis de Chaves moldaram-na como poucas: romana, termal e fronteiriça. As suas águas termais com poderes curativos atraíram os romanos e o imperador Flávio Vespusiano decidiu fundar Aquae Flaviae há dois mil anos atrás. Por isso, quem é de Chaves chama-se flaviense, e com orgulho. A sua posição estratégica levou a que romanos, visigodos, mouros, espanhóis e franceses a cobiçassem durante os seus dois milénios de história. Fulcral desde a fundação da nação portuguesa, sempre resistiu a invasores com a garra e coragem das suas gentes. O património arquitetónico é a prova viva do seu importante legado histórico-cultural.
Ponte de Trajano
A Ponte Romana de Chaves é o seu monumento mais emblemático e prezado. Chaves era um ponto de passagem importante na ligação das vias romanas entre Braga e Astorga. Assim, o imperador Trajano (séc. II) achou por bem facilitar a travessia do rio Tâmega com uma ponte digna dessa importância. A ponte com perto de dois mil anos de idade permanece hirta e firme a unir as margens do rio. Obviamente que passou por obras de restauro ao longo dos séculos, mas os pilares e arcos continuam no mesmo sítio. Em cada parapeito da ponte foram colocados dois marcos romanos, com inscrições latinas ainda legíveis.
Colado à ponte, o casario do centro histórico (que até já “engoliu” seis dos dezoito arcos originais) evoca tempos passados e, como valioso testemunho desses tempos, a sua arquitetura está protegida por lei. Ponte e Bairro do Castelo, como é designado o bairro medieval que se encontrava entre muralhas, são o postal perfeito de Chaves.
Rua Direita
É este casario bem preservado que nos acompanha ao longo de castiças ruas e airosas praças e que nos deixa embevecidos a olhar para cima. Um dos traços mais característicos das casas de Chaves são as suas varandas. Para suprir a falta de espaço nas casas pequenas, acrescentava-se uma varanda. Para combater o cinzento dos dias invernosos, pintavam-se de cores garridas. Para lhes dar beleza, somavam-se peitoris em madeira com recortes decorativos ou ferro forjado ornado. E nada melhor do que a genuína Rua Direita para total encantamento.
Castelo de Chaves e a Torre de menagem
O Castelo de Chaves ocupa um promontório da cidade e é ponto de paragem obrigatório em qualquer roteiro para visitar Chaves. Sobressai a Torre de Menagem, com uma estética coroa de merlões, convertida em Museu Militar e rodeada por um lindíssimo jardim. Do bem preservado trecho das muralhas medievais, ponto estratégico de defesa fronteiriça, já se tem belas vistas. Mas para vistas panorâmicas verdadeiramente soberbas, tem que subir à Torre de Menagem.
Praça de Camões
Quando se sobe pela Rua Direita, não estamos preparados para o esplendor que nos espera no final. A rua desemboca na graciosa Praça de Camões, rodeada de casas típicas e monumentos imponentes em todos os quadrantes, sem uma única construção moderna que nos estrague a viagem no tempo.
Começamos pelas duas igrejas mais icónicas da cidade, de marcante contraste.
Igreja Matriz de Santa Maria Maior
A velhinha Igreja Matriz de Santa Maria Maior denuncia imediatamente que é a mais antiga. Data dos tempos medievais (provavelmente do século XII) com a sua fachada sóbria em granito, o pórtico em pedra lavrada de estilo românico, a torre sineira e o interior de três naves.
Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia é sumptuosa e adornada. Uma ampla escadaria antecede a fachada barroca do século XVII, harmoniosa e majestosa. O interior é dum riquíssimo valor arquitetónico com paredes revestidas a painéis de azulejo do século XVIII retratando cenas bíblicas.
Paços do Concelho
Os Paços do Concelho foram adquiridos pela Câmara Municipal ao Morgado de Vilar de Perdizes na primeira metade do século XIX. Com a obra ainda inacabada, a mansão morgada de três pisos foi estruturada para ser a sede cívica de Chaves e a fachada encimada pelo relógio de ponteiros.
Museu da Região Flaviense
A rematar o conjunto está o Paço dos Duques de Bragança, mandado construir pelo Duque de Bragança D. Afonso I, o primeiro da dinastia da Casa de Bragança que ocupou o trono português durante séculos. Acolhe o Museu Flaviense que guarda tesouros arqueológicos, alguns com quatro mil anos de idade, mas na grande maioria originários da Aquae Flaviae do período romano.
Aproveite para fazer uma pausa num dos cafés e esplanadas da praça enquanto aprecia o esplendor dos seus monumentos e a tipicidade das casas flavienses. Acompanhe com um Pastel de Chaves.
Forte de São Francisco
Terminamos o passeio monumental no Forte de São Francisco. A par do Forte de São Neutel, é uma bem preservada estrutura do conjunto de fortificações defensivas militares de Chaves, imponente e dominante no alto do monte. Na origem está um Convento Franciscano do século XVI dedicado a Nossa Senhora do Rosário, cuja igreja é visitável. Ambas as construções são agora o Forte de São Francisco Hotel Chaves. Se tiver a sorte de estar alojado no hotel, pode conhecer todos os recantos do convento, muito bem restaurado.
Zona Ribeirinha
Vamos descer novamente ao plácido rio Tâmega. Passamos pelo arborizado e verdejante Jardim do Tabolado, com as piscinas municipais, campos de jogos, parque infantil e alamedas que se enchem de flavienses em passeio. Foi estendido até à margem conferindo à zona ribeirinha um espaço privilegiado de lazer e exercícios.
Esta zona é um deleite para os olhos, quer na margem norte, do lado de Chaves, quer a sul, na Madalena. Espraiado e sereno, o Tâmega completa o enquadramento com as suas águas de baixa profundidade. E reserva-lhe uma divertida surpresa. Sabia que Chaves tem uma “ponte” de poldras? Não se admire se a criança em si despertar e o desafiar a atravessar o rio, qual salta-pocinhas, de poldra em poldra. Ganha o que não cair à água.
Termas de Chaves
Last but not least, vamos até uma fonte muito especial beber um copo, oferta da casa! Não, ainda não é de vinho dos mortos, esse guardamos para daqui a pouco. É um copo de água termal que cura males e maleitas. Bem, um copo talvez não chegue para curar maleitas. Para isso, terá mesmo de recorrer aos tratamentos das Termas de Chaves.
Mas fica a conhecer o sabor (ah pois, esta não é insípida) da água termal mais quente da Europa: chega à superfície a uns módicos 74ºC! A bica da nascente é de acesso público na Fonte do Povo, mas é melhor não tocar. Mais vale ir à buvette mesmo ao lado onde lhe dão um copo da terapêutica água a temperaturas aceitáveis. Há flavienses que passam aqui todos os dias para a sua dose diária. Sortudos!
Bairro da Madalena
Do outro lado do rio, aproveite para dar um passeio pelo bairro da Madalena, com as suas lojas de comércio tradicional ainda em plena atividade. Atravesse os portões do Jardim Público de Chaves, tão prezado pelos flavienses, com o seu bonito coreto e canteiros de rosas. Vá espreitar a beleza barroca da Igreja de São João de Deus e termine a mirar a Ponte de Trajano da outra margem. Ao pôr-do-sol, a cidade reveste-se dum dourado fulgurante.
Onde comer?
Enchidos e carnes de fumeiro deram fama a Chaves de ter boa e farta mesa, principalmente o presunto. Não pode faltar o pão de centeio regional e bom Vinho dos Mortos a acompanhar. Por trás do fumeiro de qualidade está o Porco Bísaro, o porco de Trás-os-Montes. Também é servido à mesa, em assados e grelhados de babar – a par de carnes de sabor intenso como vitela, cabrito, leitão, coelho e galinha.
E quem não ouviu falar dos Pastéis de Chaves? Esse pastel folhado recheado de carne de vitela sabe melhor do que soa. O melhor pastel de Chaves é assunto de discussão acesa na cidade, portanto, vá provando os das várias casas até encontrar o seu favorito. Há ainda tradicionais Bôlas e Folares de Chaves, deliciosos desde sempre. A verdadeira gastronomia, regional, tradicional e elaborada com produtos sazonais genuínos não será difícil de encontrar num dentre dezenas de restaurantes na cidade.
Fomos conhecer o célebre e sui generis Restaurante Pensão Flávia, onde o cliente paga o que quer. Sim, leu bem. Escute o nosso conselho: vá com muito apetite e prepare-se para uma procissão-surpresa de sabores. Pela nossa mesa passaram mais duma dezena de sertãs vindas do mar, da serra e da terra. Saciados de petiscos e julgando que a procissão acabara, vêm-nos à mesa perguntar “E agora, vamos ver o que há para jantar?” O “banquete” inclui pão, entradas (sim, no plural e muitas!), bebida, uma bela posta mirandesa, sobremesa e digestivo caseiro. Saímos de lá a rebolar! Vai encontrar uma casa tradicional, com um ambiente familiar sempre animado por músicos da terra. No final, não peça a conta, peça o pote e coloque lá dentro o que achar justo.
Onde sair à noite?
Provavelmente já não tem estômago para mais, mas se ainda lhe apetecer prolongar a noite a tomar um copo, não precisa de ir longe. A Travessa Cândido dos Reis é a rua de eleição dos flavienses para esticar as horas da noite.
Passeios perto de Chaves
Nas proximidades há outros locais de interesse que convencem a visitar Chaves numa escapadinha mais prolongada.
Vidago é conhecido pela excelência das suas águas termais, cujas raras propriedades medicinais são reconhecidas internacionalmente. Logo, não perca uma visita às Termas de Vidago. Optando por se alojar no requintado e histórico Vidago-Palace Hotel, para além duma demorada visita aos belíssimos jardins do centenário Parque de Vidago (um tesouro botânico de tranquilidade), vai querer arranjar tempo para o património da vila de Vidago, com destaque para a Igreja Matriz e o Solar dos Machados. Pelas ruas da vila vai encontrar uma mão cheia de bonitas capelas e uma pequena subida leva-o à Torre do Miradouro.
A enorme rocha de Outeiro Machado, perto da vila de Soutelo, com centenas de gravuras celtas.
Outra pedra de peso (literalmente) é a Pedra Bolideira, perto da vila de Monforte, mas, espante-se: o gigante de granito abana quando empurrado.
Talvez a curiosidade local mais interessante seja o Vinho dos Mortos. Aclamado nacionalmente, é produzido na vila de Boticas desde a invasão do exército francês em 1809. Conta a lenda que a população local enterrou o vinho para evitar que fosse saqueado pelos franceses. Quando os infames foram rechaçados, descobriram que o vinho “enterrado” sabia ainda melhor.
Perto da povoação de Águas Frias, a torre de menagem é o que resta do Castelo de Monforte rodeada pelo amplo pátio e crê-se que tenha sido relevante na Reconquista Cristã de Portugal aos mouros.
Com a Espanha a pouco mais duma dezena de quilómetros, não atravesse a fronteira só para ir encher o depósito do carro; a cidade de Verín e o Castelo de Monterrei mais do que justificam umas horas da sua escapadinha.
Chaves: Mapa dos Principais Pontos de Interesse
Clique no canto superior direito para aumentar o mapa do roteiro para visitar Chaves.
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