Sabia que a pouco mais de sessenta quilómetros de Aveiro e do Porto existe uma serra encantada e um Geopark Mundial da Unesco que é uma autêntica caixinha de surpresas? Provavelmente já, e o mais certo é já ter descoberto que estamos a falar da arrebatadora Serra da Freita e do surpreendente Arouca Geopark, um dos destinos de natureza mais fascinantes e completos de Portugal. Para nós visitar a Serra da Freita é sinónimo de deslumbramento e temos a certeza de que quando acabar de ler o nosso roteiro para visitar a Serra da Freita vai perceber bem porquê.
É certo que para muitas pessoas a Serra da Freita e o Arouca Geopark são sinónimos de Passadiços do Paiva, mas acredite que os seus encantos estão longe de se reduzir ao percurso pedestre mais famoso de Portugal.
Para além dos soberbos passadiços existem mais de duas mãos cheias de fabulosos trilhos devidamente marcados, aldeias históricas que nos fazem recuar no tempo, cascatas e lagoas idílicas, misteriosas minas e povoações abandonadas, rios selvagens pontilhados por praias fluviais, fauna e flora ímpares em Portugal (ou não fosse aqui a casa do lobo ibérico), incontáveis montes bordados de urze e carqueja, soberbos miradouros que nos brindam com paisagens de cortar a respiração e dezenas de locais de interesse geológico (geossítios) que, silenciosamente, guardam a história do nosso planeta.
E se a tudo isto somar o sorriso afável das suas gentes, que quase por magia nos fazem sentir em casa, a deleitosa gastronomia, que deixa qualquer um a babar, as seculares tradições e lendas que nos fazem sonhar, vai facilmente perceber porque caímos de amores por estas Montanhas Mágicas.
E como as melhores coisas da vida ganham ainda mais cor quando partilhadas, preparamos para si um roteiro de 2 e 3 dias pela Serra da Freita e Arouca Geopark com os nossos locais favoritos, muitas dicas práticas e sugestões, para que também você possa desfrutar de uma escapadinha de sonho pela Serra da Freita. Prepare-se para ser enfeitiçado!
Conteúdo deste Artigo
- 1 Onde fica a Serra da Freita e o Arouca Geopark?
- 2 Quando visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark?
- 3 Trilhos e Percursos Pedestres na Serra da Freita e Arouca Geopark
- 4 Onde ficar na Serra da Freita? Sugestões de Alojamento para visitar o Arouca Geopark
- 5 O Melhor da Serra da Freita e do Arouca Geopark num Roteiro de 3 dias – o que ver e fazer
- 5.1 Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark: 1º Dia
- 5.2 Mapa do 1º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita
- 5.3 Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark: 2º Dia
- 5.4 Mapa do 2º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita
- 5.5 Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark: 3º Dia
- 5.6 Mapa do 3º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita
- 6 Dicas para acrescentar (ainda) mais um dia ao seu roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark
- 7 Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark em 2 dias
- 8 Onde comer na Serra da Freita e Arouca Geopark – Restaurantes
- 9 Outros roteiros de carro por Portugal
Onde fica a Serra da Freita e o Arouca Geopark?
A Serra da Freita faz parte do maciço da Gralheira, juntamente com a Serra da Arada, do Arestal e de São Macário, e para além do município de Arouca estende-se ainda para o município de Vale de Cambra e São Pedro do Sul, este último já pertencente ao distrito de Viseu. Uma parte muito significativa dos geossítios do Arouca Geopark (mais concretamente 17 dos 41) está localizada no planalto da Serra da Freita.
Quando visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark?
Cada uma das estações nos revela uma face diferente da Serra da Freita e do Arouca Geopark, mas as nossas estações favoritas são a primavera e o outono, altura em que o tempo está mais ameno, e logo mais propício a caminhadas, algo que para nós é indispensável em todas as visitas à Serra da Freita. Na primavera os montes pintam-se com flores de mil cores e rios, ribeiras e cascatas estão em todo o seu esplendor. Já no outono, e porque na serra abunda o carvalho e o castanheiro, fica pincelada de apaixonantes tons outonais.
Se optar por ir no verão, tem o contratempo do calor para as caminhadas (opte por caminhar logo de manhã cedo ou ao final da tarde). Por outro lado, ganha a possibilidade de desfrutar das inúmeras praias fluviais, cascatas e poços que existem na Serra da Freita e no Arouca Geopark.
Já no inverno é preciso ter em conta as condições climatéricas mais adversas e ir preparado para a chuva e frio. Como costumamos dizer, não existe mau tempo, existe é equipamento inadequado para a estação. E acredite que sabe muito bem o aconchego da lareira naqueles dias frios de inverno, depois de um dia em cheio a explorar a Freita.
Trilhos e Percursos Pedestres na Serra da Freita e Arouca Geopark
- PR1 Caminhos do Montemuro – 19 km
- PR2 Caminhos do Vale do Urtigosa – 11 km
- PR3 Caminhos do Sol Nascente – 13 km
- PR4 Cercanias da Freita – 13 km
- PR5 Livraria do Paiva – 3 km
- PR6 Caminho do Carteiro – 6 km
- PR7 Nas Escarpas da Mizarela – 8 km
- PR8 Rota do Ouro Negro – 6 km
- PR10 Rota dos Aromas – 11 km
- PR11 Trilho das Levadas – 11 km
- PR13 Na Senda do Paivô – 4,5 km
- PR14 Drave, a Aldeia Mágica – 4 km
- PR16 São Pedro Velho 12 – km
- GR28 Por Montes e Vales – 26km
Clique para ler o nosso artigo com os Melhores Trilhos de Portugal
Onde ficar na Serra da Freita? Sugestões de Alojamento para visitar o Arouca Geopark
Em nossa opinião as melhores localidades para ficar hopedado numa visita à Serra da Freita e ao Arouca Geopark são a vila de Arouca e a aldeia de Albergaria da Serra.
Arouca é a localidade que apresenta a maior oferta de alojamentos e serviços turísticos da região. Além disso, conta com bons acessos à maioria dos pontos de interesse do Arouca Geopark. Albergaria da Serra conta igualmente com bons acessos e ganha a Arouca na fantástica experiência que é dormir em pleno planalto da Serra da Freita. Obviamente que disponibiliza menos serviços turísticos.
Se for com pouco tempo, e tendo em conta que a área da Serra da Freita e do Arouca Geopark ainda é considerável, recomendamos que opte por dividir as noites de hospedagem por várias localidades ao invés de ficar sempre alojado no mesmo local. Assim, perde menos horas na estrada ganhando mais tempo (e energia) para conhecer os principais pontos de interesse da Serra da Freita e do Arouca Geopark.
Devido à fama internacional dos Passadiços do Paiva, a Serra da Freita e o Arouca Geopark são hoje dos destinos mais procurados de Portugal. Logo, recomendamos vivamente que reserve o seu alojamento com o máximo de antecedência possível de forma a garantir os melhores preços. Para lhe dar uma mãozinha, apresentamos os nossos alojamentos favoritos – reservados e testados por nós.
A nossa primeira sugestão de alojamento onde ficar hospedado num roteiro para visitar a Serra da Freita é um turismo rural que fica bem perto de Arouca, mas rodeada de sossego. Restaurada, a Quinta de Anterronde alia a história duma quinta do século XV ao conforto elegante. São 9 quartos e suites privados confortáveis, luminosos e espaçosos. A decoração conjuga comodidades modernas a peças de mobiliário clássico e gracioso. Depois duma noite bem repousante, há um excelente pequeno-almoço à sua espera onde surgem os mirtilos e kiwis produzidos na quinta. Relaxar na piscina exterior, apreciar camélias centenárias no jardim romântico ou abraçar a paisagem circundante de riachos, vales e montanhas são afazeres a que vai querer entregar-se de bom grado.
A chave do sucesso do Quintãs Farm Houses está nas pessoas que são a alma deste projeto. Se procura uma das melhores experiências para miniférias na Serra da Freita, este os apartamentos desta quinta são o alojamento ideal para si e para a família. Com parque infantil, piscina e jardim – e amistosos animais de quinta que são adoráveis. Modernos, espaçosos, harmoniosos, decorados com excelente bom gosto e com uma vista panorâmica incrível. E de manhã, quem resiste àquele cheirinho de pão acabado de cozer? Só abre ainda mais o apetite para um pequeno almoço com muita variedade e abundância.
Pode ser um hotel de 3 estrelas, mas o Hotel Rural da Freita na Mizarela (Arouca) é cinco estrelas para quem procura a combinação perfeita entre ruralidade, natureza em estado puro e descanso em total comodidade. Ter o conforto integral duma unidade hoteleira moderna em plena Serra da Freita é um achado. Quartos super espaçosos, luminosos e aclimatizados, com decoração moderna e harmoniosa, casa de banho privativa e, alguns, com uma enorme varanda. Em dias limpos, a vista no horizonte chega até à Ria de Aveiro e ao mar. Só vai querer sair da comodidade do quarto porque o pequeno-almoço continental é mesmo delicioso e muito variado.
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O Melhor da Serra da Freita e do Arouca Geopark num Roteiro de 3 dias – o que ver e fazer
É importante referir que o número de dias que sugerimos para este roteiro da Serra da Freita e do Arouca Geopark pressupõe que a viagem seja feita com viatura própria e não inclui os dias de viagem do local de origem para a região da Serra da Freita e do Arouca Geopark.
Na verdade, visitar os locais de interesse referidos neste artigo sem carro ou sem recorrer a um tour é uma tarefa (praticamente) impossível de realizar. Se estiver sem viatura própria, o melhor mesmo é alugar um carro.
Se já é nosso leitor assíduo, já sabe que nos nossos roteiros o número de dias é meramente indicativo. Se abdicar de fazer os trilhos que sugerimos, pode fazer este roteiro em 2 dias sem qualquer problema.
Caso queira fazer mais alguns percursos pedestres e praticar desportos náuticos, visitar mais alguns geossítios e aldeias tradicionais, ou simplesmente relaxar numa das muitas cascatas ou praias fluviais da região, recomendamos vivamente a que acrescente mais uns dias à sua visita à Serra da Freita e ao Arouca Geopark.
Ao longo do roteiro vamos dar várias sugestões nesse sentido e vai ver que é super fácil transformar esta escapadinha pela Serra da Freita e Arouca Geopark numa semana de férias.
Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark: 1º Dia
Passadiços do Paiva – Icnofósseis de Cabanas Longas – Mira Paiva – Paradinha – Monte da Senhora Mó – Arouca
Damos início ao nosso roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark com uma caminhada pelos fantásticos Passadiços do Paiva, a joia da coroa do Arouca Geopark. Localizados na margem esquerda do Rio Paiva, estes quase nove quilómetros de passadiços, entre a praia fluvial do Areinho e a praia fluvial de Espiunca, tornaram-se rapidamente num dos trilhos e percursos pedestres mais emblemáticos de Portugal.
Os Passadiços do Paiva estão inseridos num autêntico santuário natural e a simbiose entre a construção do homem e a natureza está simplesmente perfeita. Pelo caminho será brindado com paisagens de cortar a respiração, poderá ver in loco extraordinárias formações rochosas, imponentes cascatas, idílicas praias fluviais e até mesmo atravessar uma ponte suspensa sobre o rio Paiva.
Entre os locais mais emblemáticos dos passadiços evidenciam-se a Garganta do Paiva, a Cascata das Aguieiras, a Praia Fluvial do Vau, a Gola do Salto e a Falha de Espiunca. Clique aqui para ler um guia completo sobre os Passadiços do Paiva, reservar os seus bilhetes e descarregar o track GPS para levar no seu smartphone.
Passadiços do Paiva percorridos, continue o seu roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark com uma visita aos Icnofósseis de Cabanas Longas. Icnofósseis são marcas fósseis deixadas nos sedimentos há centenas de milhões de anos pelas trilobites. Neste local existem vários afloramentos quartzíticos que guardam uma elevada concentração de icnofósseis. O acesso à plataforma de observação é completamente gratuito e, não só permite ver os icnofósseis de perto, como ainda o vai brindar com uma extraordinária paisagem. Acredite que vale bem a pena subir a escadaria.
De Cabanas Longas avançamos até à Paradinha, uma das aldeias mais mágicas do Arouca Geopark. Mas pelo caminho não deixe de parar no Mira Paiva, o nosso miradouro favorito na margem direita do Paiva. Dele terá não só o primeiro vislumbre do casario da aldeia de xisto da Paradinha como ainda uma vista privilegiada sobre o vale do Paiva e a foz do rio Paivô.
Uma vez na Paradinha prepare-se para a primeira viagem no tempo do seu roteiro pela Serra da Freita. Esta Aldeia de Portugal emana magia e parece fazer parte da montanha que nos seus braços a acolheu. Não sabemos se tal se deve ao seu casario tradicional de ardósia e xisto, aos traços de tempos de outrora com que nos cruzamos pelas suas ruelas ou ao marulhar enfeitiçador das águas do Paiva. O certo é que este é um daqueles locais onde simplesmente apetece estar.
Percorra sem pressas a aldeia e atente nos objetos do quotidiano rural, como sejam os canastros, os espigueiros, o forno comunitário, os arados e os carros de bois. E claro não deixe de dar um saltinho à sua praia fluvial, um pequeno paraíso escondido nas margens do Paiva, perfeito para ir a banhos naquelas tardes quentes de verão.
Paradinha visitada regresse à margem esquerda do rio Paiva e suba ao Monte da Senhora da Mó em “romaria” à peculiar capela de traços mouriscos e perca a vista no horizonte, desde Arouca ao Porto.
O primeiro dia do nosso roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark termina na vila de Arouca. Entre os vários pontos de interesse de Arouca destacamos o Mosteiro de Arouca, o Museu de Arte Sacra, o seu vizinho Parque Urbano e a icónica Praça Brandão de Vasconcelos, onde pontifica a Igreja da Misericórdia e a antiga Câmara Municipal. Clique para ver as melhores opções de alojamento em Arouca.
Mapa do 1º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita
Clique no canto superior direito para aumentar o mapa do 1º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark
Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark: 2º Dia
Arouca – Panorâmica do Detrelo da Malhada – Planalto da Serra da Freita – Pedras Boroas do Junqueiro – Miradouro São Pedro Velho – Pedras Parideiras – Radar Meteorológico de Arouca – Parque Fluvial de Albergaria da Serra – Miradouro da Frecha da Mizarela
O segundo dia do nosso roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark irá conduzi-lo ao coração da Serra da Freita e vai ser fértil em estradas cénicas, incríveis formações rochosas e paisagens de cortar a respiração.
A primeira paragem do dia será na Panorâmica do Detrelo da Malhada, um dos miradouros mais bonitos de Portugal. Dele é possível ver praticamente todo o Arouca Geopark e em dias de boa visibilidade até se consegue avistar o oceano Atlântico e as montanhas do Gerês.
Do Detrelo da Malhada seguimos, pela estrada empedrada que liga Castanheira a Cabaços, até às Pedras Boroas do Junqueiro, um dos geossítios mais emblemáticos do Arouca Geopark. Estas curiosas formações rochosas são resultado da erosão diferencial que o granito sofreu ao longo dos séculos, dando origem à formação de uma rede de fissuras poligonais que faz lembrar a côdea das boroas de milho, o vocábulo usado pelos locais para designar broa.
Pelo caminho, poderá cruzar-se com alguns rebanhos de cabras, sempre acompanhadas pelos cães pastores, e com manadas de vacas arouquesas. Por isso, circule devagar e aproveite para disfrutar das paisagens. Afinal de contas, este é um daqueles locais que não convida a pressas.
Continue o seu roteiro para visitar a Serra da Freita com uma visita ao Miradouro de São Pedro Velho, onde fica o marco geodésico mais emblemático de toda a serra. A não ser que tenha um 4×4, aconselhamos que estacione o carro junto à placa do Geopark de Arouca que indica o geossítio e que daí prossiga a pé até ao miradouro. O trilho de acesso é curto (cerca de 600 metros) e pelo caminho vai poder prestar a atenção devida a detalhes da geomorfologia e flora do planalto da Serra da Freita que de outra forma lhe iriam passar despercebidos.
Uma vez chegado ao Miradouro de São Pedro Velho vai sentir-se premiado pelo esforço. Este miradouro é um dos pontos mais altos da Serra da Freita (1077 metros de altitude) e dizem as gentes locais que dali se consegue avistar meio Portugal. Isto se não houver nevoeiro, claro!
Pode ser uma afirmação algo exagerada, mas o certo é que da sua plataforma de 360 graus é possível avistar o vale do Paiva, a serra de Montemuro, o vale do Douro, o Gerês, o vale do Vouga, a serra do Caramulo, a serra da Estrela e uma fração gigantesca da costa portuguesa, sensivelmente desde a Póvoa do Varzim à Figueira da Foz.
Do Miradouro de São Pedro Velho prossiga o seu roteiro pela Serra da Freita com uma visita ao Parque Fluvial da Albergaria da Serra, o local perfeito para um picnic. Se for no verão, aproveite para dar um mergulho nas águas do rio Caima.
Depois de almoço rume até ao Centro de Interpretação das Pedras Parideiras, para visitar o geossítio mais emblemático do Arouca Geopark. Aqui poderá observar in loco um fenómeno geológico ímpar no mundo.
O afloramento granito onde ocorre este fenómeno tem cerca de um quilómetro quadrado de extensão e nele estão incrustados pequenos nódulos biotíticos que, por ação da erosão, se soltam da pedra. Daí a designação de Pedras Parideiras. Pode observar as pedras in loco percorrendo o passadiço criado para o efeito (evite caminhar sobre as pedras). A entrada no passadiço é gratuita, mas vale a pena visitar o Centro de Interpretação, assistir ao filme explicativo e conhecer mais a fundo este fenómeno único.
Pedras Parideiras visitadas, continue o seu roteiro pela Serra da Freita avançando até ao icónico Radar Meteorológico de Arouca, o radar mais fotogénico de Portugal, situado a cerca de 1000 metros de altitude. Se for da parte da tarde e o dia apresentar boa visibilidade, suba até ao piso panorâmico e desfrute duma das vistas mais esmagadoras da Serra da Freita.
O segundo dia do nosso roteiro pela Serra da Freita e Arouca Geopark aproxima-se do seu final e, para fechar o dia com chave de ouro, reservamos uma enorme surpresa (literalmente). Estamos a falar-lhe da imponente Frecha da Mizarela, a cascata mais alta de Portugal Continental. Aqui, as águas do rio Caima despenham-se violentamente de mais de 60 metros de altura originando um espetáculo natural simplesmente brutal.
Pode observar bem a imponente queda de água do miradouro criado para o efeito, mas se as quiser ver de bem perto, só mesmo percorrendo o rasgadinho PR7 – Escarpas da Mizarela. Se gosta de caminhadas e puder acrescentar mais um dia à sua visita à Serra da Freita, não hesite (mais informação sobre o trilho na caixa abaixo).
- Distância: 8 km
- Circular: sim
- Dificuldade Técnica: Alta
- Local de Partida/Chegada: Parque de Campismo do Merujal
Independentemente da sua opção, não perca o pôr-do-sol visto do pequeno povoado da Mizarela. Está entre os mais mágicos que já tivemos o privilégio de assistir na Serra da Freita! Clique para ver as melhores opções de alojamento na Serra da Freita.
- Se vir que que ainda tem tempo disponível, ou caso fique mais um dia pela Serra da Freita para fazer o trilho da Mizarela, aproveite para visitar a isolada Capela da Senhora da Laje e a Aldeia de Trebilhadouro. Mas não se atrase para não perder o mágico pôr-do-sol no planalto da Serra da Freita.
- Um dos melhores locais para assistir ao pôr-do-sol em Mizarela é na eira que fica mesmo em frente ao Hotel Rural da Freita. O show é completamente grátis!
- Se pernoitar na Serra da Freita aproveite para ir jantar ao Mira Freita, um dos nossos restaurantes favoritos da região. Para mais informações espreite a secção dos restaurantes no final do artigo.
Mapa do 2º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita
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Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark: 3º Dia
Mizarela – Regoufe – Drave – Minas de Regoufe – Portal do Inferno e Garra – Aldeia da Pena – Aldeia Covas do Monte – Santuário de São Macário (Alto de São Macário)
Este é o dia mais cheio deste nosso roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark e como tal recomendamos vivamente que madrugue. De outra forma, dificilmente vai conseguir ver todos os pontos de interesse que vamos referir.
Comece o dia rumando até Regoufe, o ponto de partida do fantástico trilho que o irá conduzir à aldeia desabitada de Drave. Esta aldeia mágica, encaixada entre a Serra da Freita e a Serra de S. Macário, perdeu o seu último habitante em 2009. Para se lá chegar, só mesmo a pé. Talvez por isso tenha sido eleita para ser a Base Nacional da IV Secção do Corpo Nacional de Escutas.
O trilho tem cerca de 4 km de extensão (8 km ida e volta). O início é algo rasgadinho, mas a vista que se tem do topo da inclinada subida dá total sentido ao adágio “the best view comes after the hardest climb”.
Chegar à Drave depois desta caminhada é verdadeiramente mágico. É difícil descrever o que se sente ao observar pela primeira vez o casario todo feito de xisto (com exceção da pequena capela) e ao escutar o barulho das cristalinas águas da ribeira de Palhais. Clique aqui para ler mais informações sobre o trilho que liga Regoufe a Drave e descarregar o track GPS para levar no seu smartphone.
Minas visitadas continue o seu roteiro pela Serra da Freita rumando até ao Portal do Inferno e Garra, em pleno coração do Maciço da Gralheira. O assustador nome advém do estreito local de passagem situado no cume que separa dois vales escarpados com quase 1000 metros de altitude de penhascos e fragas de xisto que metem respeito. Não haja dúvidas que o precipício parece um portal entre duas dimensões (curiosamente, é aí que se encontra a fronteira entre o distrito de Aveiro e Viseu) e que, diga-se em abono da verdade, a ventosa passagem é capaz de colocar os mais valentes em sentido. Contudo, as paisagens com que somos brindados estão mais para o paradisíaco do que para o infernal.
Do lado esquerdo (para quem segue no sentido Regoufe – Serra de São Macário) encontra-se o vale de Covas do Monte e do lado direito o vale do Drave por onde andou hoje de manhã. E é deste último que advém o nome de “Garra”. Se olhar com atenção, vai reparar que a montanha está cortada por diversas linhas de água profundas que lembram os dedos de uma garra de ave.
Uma vez atravessado o Portal do Inferno e Garra, deixará para trás a Serra da Freita e o Arouca Geopark. Contudo ainda não chegou a hora de colocar um ponto final neste nosso roteiro para visitar a Serra da Freita. É que, mesmo ao lado do Portal do Inferno e Garra, em pleno coração do Maciço da Gralheira, existem duas aldeias de sonho e uma serra mítica à espera de serem exploradas.
Posto isto, siga viagem até à Serra de São Macário, mais concretamente até à aldeia de Covas do Monte. As melhores palavras que definem Covas do Monte são beleza e autenticidade. A maioria das pessoas desta pequena aldeia de xisto ainda vive da agricultura e pastorícia em total harmonia com a natureza, criando um retrato do Portugal rural, cada vez mais raro nos dias que correm. Escutar os ecos dos chamamentos dos pastores na serra e assistir ao regresso a casa das vacas que durante o dia vagueiam pelos vales e montanhas, está entre as melhores recordações que temos destas paragens.
Covas do Monte visitada rume até à vizinha Aldeia da Pena, uma das finalistas das 7 Maravilhas de Portugal na categoria de Aldeias Remotas. E acredite que foi mesmo muito bem nomeada. A Pena fica aninhada mesmo no sopé de sumptuosas montanhas e para lá chegar é preciso descer uma sinuosa estrada onde, apesar de ter dois sentidos, só permite passar um carro de cada vez. A aldeia está tão escondida nas profundezas do vale que no inverno só tem três horas de sol.
Chegar lá é uma verdadeira aventura, mas vai ver que, como dizem os locais, vale mesmo muito a pena ir à Pena. É que para além de poder passear pelas suas genuínas ruelas e apreciar as suas castiças casas de xisto poderá ainda percorrer um troço do “ Caminho do morto que matou o vivo” e partir à descoberta da Livraria da Pena, um curioso geossítio composto por imponentes fragas de estratos quartzíticos, que se encontram de tal forma verticalizados, que fazem lembrar gigantescos livros em exposição.
O “caminho do morto que matou o vivo” é um trilho com cerca de 3,5 km que liga a aldeia da Pena à aldeia de Covas do Rio. Outrora, quando ainda não existia cemitério na Pena, todos os finados tinham de empreender uma última viagem até Covas do Rio para aí serem sepultados. Reza a lenda que numa dessas viagens o caixão soltou-se e matou um dos seus carregadores. Daí o nome com o qual foi batizado este caminho. Clique para mais informações sobre o Caminho do Morto que Matou o Vivo.
Agora sim, o nosso roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark (e arredores) está mesmo a chegar ao fim. E para terminar em alta, nada como ir até ao alto da Serra de São Macário para visitar as duas ermidas de São Macário (erguidas em memória de um eremita que ganhou fama de santo) e para disfrutar de um fantástico pôr-do-sol com a Serra de Montemuro, Freita, Caramulo e Serra da Estrela a debruarem o horizonte.
Mapa do 3º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita
Clique no canto superior direito para aumentar o mapa do 3º dia do Roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark
Dicas para acrescentar (ainda) mais um dia ao seu roteiro para visitar a Serra da Freita e Arouca Geopark
Se quiser esticar em mais um dia a sua viagem pela Serra da Freita e Arouca Geopark, sugerimos uma visita à vertente sul da Serra da Freita, nos concelhos de São Pedro do Sul e Vale de Cambra. Entre os muitos locais de interesse que pode visitar, destacamos a Aldeia da Lomba, de onde arranca um curto trilho até à paradisíaca Cascata das Porqueiras, a aldeia de Manhouce e os deslumbrantes poços naturais que ficam nos seus arredores, dos quais destacamos o Poço Negro e o Poço da Barreira.
Roteiro para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark em 2 dias
Se só tem 2 dias para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark, vai ter naturalmente de abdicar de visitar alguns dos pontos de interesse ou atividades que descrevemos atrás. De forma a maximizar o tempo disponível para as visitas, o ideal é dormir em localidades diferentes
Pode sempre optar por cortar os dois percursos pedestres que incluímos no roteiro de 3 dias pela Serra da Freita e Arouca Geopark (Passadiços do Paiva e Drave) ou por condensar o roteiro de 3 dias em 2, mas vai passar demasiado tempo na estrada e pouco tempo nos locais de interesse.
Abaixo encontra a nossa sugestão de roteiro para 2 dias, podendo ler acima a respetiva descrição dos locais de interesse no roteiro de 3 dias para visitar a Serra da Freita e o Arouca Geopark.
Dia 1
Arouca – Passadiços do Paiva – Panorâmica do Detrelo da Malhada – Planalto da Serra da Freita – Pedras Boroas do Junqueiro – Miradouro São Pedro Velho – Miradouro da Frecha da Mizarela
Clique para ver as melhores opções de alojamento na Serra da Freita
Dia 2
Mizarela – Parque Fluvial de Albergaria da Serra – Pedras Parideiras – Radar Meteorológico de Arouca – Regoufe – Drave – Minas de Regoufe – Portal do Inferno e Garra
Mapa do Roteiro para visitar Serra da Freita e Arouca Geopark em 2 dias
Clique no canto superior direito para aumentar o mapa do Roteiro da Serra da Freita e Arouca Geopark em 2 dias.
Onde comer na Serra da Freita e Arouca Geopark – Restaurantes
Arouca marca pontos na hora de nos sentarmos à mesa. A gastronomia local, onde brilha a famosa Posta Arouquense, é uma das melhores de Portugal. Mas as tentações gastronómicas não se ficam por aí.
Há ainda o Bife à Alvarenga, os Rojões com Castanhas, o Arroz de Fumeiro, o Cabrito no Forno e um Bacalhau com Broa que figura entre os melhores que já degustamos. E se é doceiro, não há santo que o salve, pois os doces conventuais de Arouca são uma verdadeira perdição. Abaixo encontra os nossos restaurantes favoritos para degustar estas (e outras iguarias). E não se preocupe com os excessos serranos pois não há calorias que os trilhos da Serra da Freita e do Arouca Geopark não consigam abater.
Parlamento
O nosso prato de eleição em Arouca é a majestosa Posta à Arouquesa. E a nossa favorita é a do restaurante Parlamento. A carne é tão tenra que se corta como manteiga e quase derrete na boca. O Arroz de Fumeiro que acompanha, é de comer e chorar por mais. E se a comida aconchega, o espaço cuidado e atendimento personalizado encantam. Só de escrevermos estas linhas já estamos de água na boca…
Pedestre 142
O nome deste restaurante foi inspirado nos percursos pedestres do Arouca Geopark e bem que precisamos deles depois de um repasto no Pedestre 142. Comece a sua “caminhada” com uma Tábua Serra da Freita, avance sem medo para uma Costeleta de Vaca Arouquesa ou um Bacalhau à Lagareiro e se ainda tiver “força nas pernas” termine o seu “trilho gastronómico” com um Pudim Abade de Priscos. Vai ver que ninguém se vai cortar a este percurso pedestre!
Casa dos Doces Conventuais de Arouca
Esta pastelaria arouquense é a grande responsável pela maioria dos pecados da gula de toda a região. Entre as Castanhas Doces, os Charutos de Amêndoa, as Barrigas de Freira e as Pedras Parideiras venha o diabo e escolha. Não é à toa que está localizada mesmo em frente ao Mosteiro de Arouca. É que, depois disto, uma pessoa tem de se penitenciar.
Casa no Campo
A Casa no Campo fica situada na pacata aldeia do Espinheiro, na encosta da Serra da Freita, e bem que compensa a curta viagem desde Arouca. O espaço do restaurante, que foi outrora um palheiro é muito agradável, mas aquilo que nos motiva a percorrer os dez quilómetros que separam Espinheiro do centro de Arouca, é mesmo a deliciosa Vitela Assada no forno de lenha com batatinha a murro, o Bacalhau com Broa ou os Rojões com Castanhas.
Restaurante Mira Freita
Outro dos nossos restaurantes de eleição da região é o Mira Freita. O espaço é super acolhedor e a comida caseira com sabores serranos é do melhor que encontra por estas paragens. Se optar pelo cabrito ou pelo famoso Cozido da Velha, é aposta ganha. Infelizmente, a matemática é que (nem sempre) está à altura da excelência da cozinha, por isso, dê uma ajuda na hora de somar a conta.
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Obrigado pelas dicas meus caros! Uma ótima continuação.
Obrigado. Boa viagem!
Olá,
Vamos seguir as vossas excelentes sugestões no próximo fdsemana! Depois contamos como foi!
Obrigada,
Susana
Boa viagem! Ficamos à espera 🙂